Empoderamento das Comunidades
Empoderamento das Comunidades
Já faz alguns anos que tenho somado experiências em territórios urbanos, que posso assim por dizer dividido em dois tempos: o primeiro, com o planejamento urbano propriamente dito e o segundo com urbanismo tático. Na prática, são dois caminhos paralelos que tem como objetivo bons desfechos para o ambiente urbano.
A grande mudança na forma de pensar e agir como arquiteta no espaço da cidade, se deu a partir de um trabalho de novo olhar sobre as políticas públicas e o papel do cidadão. O urbanismo o tático, por exemplo, é uma forma de intervir no espaço urbano baseado nas vontades e nos sonhos das pessoas que se relacionam diretamente com aquele lugar. É planejar o micro do micro, buscando alguns resultados invisíveis, ou melhor dizer, não materiais. O resultado mais precioso do urbanismo tático é a mudança positiva no comportamento das pessoas que convivem naquele espaço.
Desde então, vendo os resultados milagrosos dessa aproximação do meu trabalho com as pessoas e os espaços públicos, vejo com muita clareza a importância que tem o empoderamento das comunidades. Pessoas reunidas e alinhadas em um objetivo tem uma força de revolução descomunal. Comunidades fortalecidas não só são capazes de mudar efetivamente o espaço em si, mas também, como numa cadeia retroativa, desfecham as raízes dos problemas sociais e ambientais.
Isso tem também mudado minha percepção pessoal sobre a correlação entre os projetos urbanos e as pessoas. Não existe um projeto de sucesso sem a validação popular. Não existe nem sequer o projeto em si, se não houver a reivindicação popular. É a participação diretas das pessoas que nos direcionam para intervenções urbanas mais assertivas, nos pondo sempre num lugar de pratica da humildade em reconhecer que todo o conhecimento adquirido deve ser constantemente questionado e readequado para essa fervilhão de vida nas nossas cidades.