A cidade e a natureza
A cidade e a natureza
A urbanização vem trazendo mudanças profundas na nossa forma de viver. Hoje no Brasil, 84% da população vive em zonas urbanas, enquanto apenas 16% vive nas zonas rurais.
Desde então, viver em cidades para as pessoas, significa acesso a tecnologias, a infraestruturas mais modernas, possibilidades de ascensão econômica e de acesso a conhecimento e cultura.
Mas também representa um ambiente hostil, violento, solitário e danoso à saúde das pessoas. Mas o crescimento das cidades também ameaça o meio ambiente com o altíssimo consumo dos nossos recursos naturais e a excessiva produção de poluição e lixo.
Nosso maior desafio hoje, como produtores do espaço urbano, é equalizar o meio ambiente em que vivemos de forma a viver melhor.
O Urbanismo Ecológico, conceito recente do pensamento urbanístico nos aponta a necessidade de criar equilíbrio entre os recursos naturais e as ocupações urbanas.
Por isso, acredito cada vez mais que o caminho para encontrar o equilíbrio pessoal de quem vive no meio urbano, assim como o equilíbrio coletivo de como ocupamos o meio natural, é buscar uma reconexão com a natureza e a integração mais consciente da natureza em todas as políticas que atuam: seja urbanismo, saúde, economia, infraestruturas ou cultura.
Reconexão é relembrar que a manutenção da vida, em todos os sentidos, depende da natureza. A artificialidade do viver urbano e a industrialização das coisas nos fazem adoecer fisicamente, psicologicamente e socialmente. Reconectar é colocar em prioridade a vida e não os “meios de vida”.
Uma vez a natureza colocada como protagonista, elencará políticas públicas que priorizará os acessos à água limpa, alimentos saudáveis e acesso aos meios naturais.
Políticas de arborização em massa serão vistas como questão de saúde pública, assim como será urgente a criação de políticas de redução de consumo e de tratamento de resíduos. E sim, isso mudará profundamente o nosso entendimento sobre o crescimento da economia como algo mais qualitativo e não quantitativo.